(NOVA GEOGRAFIA OU GEOGRAFIA TEÓRICO-QUANTITATIVA)
Walter Christaller
Delineada por métodos quantitativos, utilizando-se da estatística e de modelos teóricos, a Nova Geografia converge-se numa aplicação pragmática dos conhecimentos e conceitos fundamentados no neo-positivismo lógico. Os modelos utilizados foram herdados, na grande maioria dos casos, de outras áreas como a Economia, Sociologia, Etnologia, Psicologia, etc. Um dos poucos modelos tomados de geógrafos, foi o de Walter Christaller, precedente ao movimento de renovação, a Teoria dos Lugares Centrais, que de certa forma foi uma redescoberta (publicada em 1933 e traduzida para o inglês em 1955). A Teoria dos Sistemas, a tese da difusão de inovações e as noções de percepção e do comportamento foram também utilizadas (SANTOS, 1979, p. 43). A utilização do termo “Nova Geografia” foi proposta por Manhey em 1966 (e fixada por Peter Gould num artigo de 1968), considerando a difusão e desenvolvimento do conjunto de idéias e abordagens durante a década de 1950 (CHRISTOFOLETTI, 1982, p. 71). Características da Nova Geografia (CHRISTOFOLETTI): a) Rigor maior na aplicação da metodologia científica. b) Desenvolvimento de teorias. c) O uso de técnicas estatísticas e matemáticas. d) A abordagem sistêmica.e) O uso de modelos. Deve-se enfatizar que não houve uma ruptura completa, uma sucessão precisa no tempo, permanecendo a existir trabalhos de ambas perspectivas, a “Nova” e a “velha” Geografia. O corte epistemológico, no entanto, elevou ao nível e estatuto “mais indispensável ao desenvolvimento das outras ciências humanas e sociais, confirmando ao mesmo tempo, as estreitas relações com as ciências do meio” (CLAVAL, 1982, p. 11). As raízes do movimento que culminou na Nova Geografia estão presentes na ação científica para tentar solucionar a crise econômica capitalista, buscar instrumentos eficazes de controle social e nas exigências de um planejamento regional e urbano. Questões colocadas às ciências sociais no período Pós-2ª Guerra Mundial. Para atingir os objetivos expostos, a Geografia recorre ao método científico e aos modelos espaciais a partir de uma linguagem quantitativa. Uma das contribuições da Geografia está justamente no fato de permitir que um novo objeto de estudo dominante emergisse: o espaço. As relações espaciais e a sua organização (materializadas na reordenação do território e no planejamento) passam a constituir como principal categoria de análise da Geografia.
FONTE:
AMORIM Filho, Oswaldo B. Reflexões sobre as tendências teórico-metodológicas da Geografia. Belo Horizonte, ICHS, UFMG, 1978
CHRISTOFOLETTI, Antonio. As perspectivas dos estudos geográficos. In: Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1982.
CLAVAL, Paul. A Nova Geografia. Coimbra: Almedina, 1982.
CORRÊA, Roberto L. Região e organização espacial. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERREIRA, Conceição C.; SIMÕES, Nataércia N. A evolução do pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1986.
MORAES, Antonio C. R. Geografia: pequena história crítica. 19ª ed. São Paulo: Annablume, 2003.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Hucitec, 1978.
SILVA, Armando Corrêa da. O espaço fora do lugar, São Paulo: Hucitec, 1988.
mas qual foi o papel dessa teoria na escola alemã?
ResponderExcluirAgredido que esta foi uma ruptura com a geografia tradicional da escola alemã e francesa inclusive emergindo uma nova geografia de base essencialmente quantitativos
ResponderExcluirestá tud bem com vc Cleiton Denez? pergunto pq vc diz que foi AGREDIDO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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